A projeção do corpo carnavalizado na obra "A casa dos budas ditosos" de João Ubaldo Ribeiro

Abstract

This paper analyzes how the projection of the carnivalized body is reflected in the work A casa dos budas ditosos, by João Ubaldo Ribeiro, as well as how this aesthetic dialogues with Bakhtin's concept of the grotesque (1987; Brait, 2008; Fiorin, 2011). This study seeks to understand how carnivalization is used as a narrative strategy to subvert moral values and highlight the body as a transgressive territory. Initially, we explore how the grotesque body, when projected excessively and irreverently, destabilizes normative discourses on sexuality and reaffirms liberal views of desire and existence. The analysis showed that the projection of the carnivalized body not only disturbs moral discourse but also affirms the right to pleasure and individual freedom in opposition to cultural restrictions. Furthermore, the relationship between Bakhtinian concepts and contemporary Brazilian literature shows how the aesthetics of the grotesque and carnival are constantly renewed as tools for critique and deconstruction of values.

Este artigo analisa como a projeção do corpo carnavalizado se reflete na obra A casa dos budas ditosos,de João Ubaldo Ribeiro, assim como essa estética dialoga com o conceito de grotesco de Bakhtin (1987; Brait, 2008; Fiorin, 2011). Este estudo busca compreender como a carnavalização é utilizada como estratégia narrativa para subverter valores morais e destacar o corpo como território transgressor. Inicialmente, exploramos como o corpo grotesco, quando projetado de forma excessiva e irreverente, desestabiliza discursos normativos sobre a sexualidade e reafirma visões liberais do desejo e da existência. Com a análise, viu-se que a projeção do corpo carnavalizado não apenas perturba o discurso moral, mas afirma o direito ao prazer e à liberdade individual em oposição às restrições culturais. Além disso, a relação entre os conceitos bakhtinianos e a literatura brasileira contemporânea mostra como as estéticas do grotesco e do carnaval são constantemente renovadas como ferramentas de crítica e desconstrução de valores.