@MASTERSTHESIS{ 2025:939404319, title = {A representação indígena em “Gupeva” de Maria Firmina dos Reis: entre o colonialismo e a perspectiva decolonial}, year = {2025}, url = "http://sistemas2.uespi.br/handle/tede/2082", abstract = "A representação dos povos indígenas na literatura brasileira do século XIX foi marcada pelo projeto colonizador que construiu a imagem do indígena sob uma perspectiva etnocêntrica e excludente. Nos romances predominantes dessa época, os indígenas eram representados como figuras desumanizadas, subalternizadas e silenciadas, refletindo os ideais coloniais de dominação e negação das culturas originárias. Autores como Antonio Candido (1999) e Alfredo Bosi (1992) destacam como o indianismo romântico contribuiu para a idealização do "bom selvagem", inserindo o indígena em uma narrativa que o distanciava de sua realidade histórica e cultural. Contudo, a presente pesquisa tem como objetivo analisar o conto "Gupeva" (1861), de Maria Firmina dos Reis, a fim de demonstrar como a autora subverteu essa narrativa hegemônica, oferecendo uma visão alternativa da representação indígena na literatura. Maria Firmina rompe com as convenções literárias de seu tempo, apresentando uma construção mais humanizada dos indígenas e desafiando a ótica colonialista. Sua abordagem dialoga com perspectivas decoloniais, conforme discutido por teóricos como Walter Mignolo (2017) e Aníbal Quijano (2009), ao questionar as estruturas de poder e conhecimento impostas pela colonialidade. Nesse sentido, a pesquisa busca investigar as narrativas literárias do século XIX, com ênfase nas representações dos indígenas, destacando a importância de uma abordagem decolonial na interpretação dessas obras. A análise foi conduzida por meio de uma abordagem pluridisciplinar, incorporando perspectivas da Crítica Literária, da História e da Sociologia, o que permitiu uma melhor compreensão, considerando tanto as estruturas literárias quanto o contexto histórico e social em que essas obras foram produzidas. Autores como Homi Bhabha (1998) também oferecem contribuições relevantes para entender as dinâmicas de representação e resistência presentes na obra de Maria Firmina. Isso posto, este estudo evidenciou como o conto "Gupeva" representa uma resistência ao paradigma literário dominante da época, de modo a oferecer uma imagem mais digna dos indígenas brasileiros e valorizar as culturas originárias. Através da subversão de estereótipos e da valorização das vozes indígenas, a escritora maranhense insere-se como uma precursora na construção de uma literatura comprometida com a justiça social e a diversidade cultural. PALAVRAS-CHAVE: Maria Firmina dos Reis Literatura brasileira. Representações Indígenas. Colonialismo. Decolonial.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Profissional em Letras}, note = {Centro de Ciencias Humanas e Letras} }