@MASTERSTHESIS{ 2025:520209303, title = {História das águas do rio Gurguéia: entre envenenamento ameaça de extinção e resistências (2000 - 2020)}, year = {2025}, url = "https://sistemas2.uespi.br/handle/tede/2888", abstract = "O objetivo geral da pesquisa é analisar como o uso excessivo de agrotóxicos no Cerrado Piauiense, área abrangida pelo projeto MATOPIBA, modificou as relações entre as populações cerradeiras e o rio Rio Gurguéia, afluente do Parnaíba e principal rio da região, tendo em vista se tratar de famílias que dele dependem diretamente. A pesquisa procurou investigar como o modelo de monocultura de grãos, especialmente soja e milho, tem transformado ecossistemas, modos de vida e relações sociais, promovendo um processo de degradação ambiental e de aprofundamento das desigualdades sociais. O estudo parte da compreensão de que o discurso do desenvolvimento e da modernização, sustentado pelo Estado e pelas elites agrárias, foi fundamental para legitimar a apropriação de territórios e recursos naturais, sob a retórica de um vazio demográfico e produtivo. A formação da fronteira agrícola no Piauí foi importante para a consolidação do agronegócio enquanto projeto político e econômico, responsável por desmatamentos, grilagem de terra, uso intensivo de agrotóxicos e contaminação dos corpos hídricos, como o Rio Gurguéia. Assim, a conivência do Estado e o enfraquecimento das políticas ambientais, refletem o papel da bancada ruralista e a flexibilização das legislações que regulam o uso de agrotóxicos. O estudo analisa também como a omissão estatal e o desmonte de órgãos fiscalizadores, como IBAMA e ANVISA, têm favorecido práticas predatórias, ampliando os impactos sobre a saúde humana e o meio ambiente. A metodologia adotada foi de caráter qualitativo, fundamentada em levantamento documental, como: leis, relatórios, dados de órgãos ambientais e revisão bibliográfica. As fontes utilizadas incluem relatórios da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rede Social de Justiça e Direitos Humanos (REDE) e estudos de autores como Mathias (2017), Monteiro (2002), Acselrad (2015), Rodrigues (2023) e Vieira (2025). As fontes consultadas possibilitaram concluir que, o agronegócio, embora responsável por elevar os índices do PIB e das exportações brasileiras, produz efeitos devastadores no Cerrado piauiense, como a contaminação dos solos e das águas, perda da biodiversidade, intensificação de conflitos agrários e adoecimento das populações locais. Em contrapartida, observa-se o fortalecimento de movimentos sociais e comunidades tradicionais que resistem por meio da luta pela terra e pela justiça ambiental. Diante disso, o avanço do agronegócio no Piauí expressa a contradição entre desenvolvimento econômico e sustentabilidade, evidenciando que o modelo vigente privilegia o lucro em detrimento da vida e da preservação ambiental.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Licenciatura em História}, note = {Centro de Ciencias Humanas e Letras} }