@MASTERSTHESIS{ 2025:1201829585, title = {"Quem não tem costume destrói": agroestratégias e resistências camponesas nos Cocais Maranhenses (1970-2015)}, year = {2025}, url = "https://sistemas2.uespi.br/handle/tede/2915", abstract = "A presente dissertação tem como principal objetivo analisar como as populações camponesas dos Cocais Maranhenses foram afetadas nas dimensões trabalho e natureza a partir da instalação e consolidação de projetos agroindustriais na região. No contexto de intensificação das políticas voltadas ao desenvolvimento e à modernização do campo durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), o Maranhão foi inserido em um projeto nacional que priorizava o lucro em detrimento dos modos de vida das populações rurais, frequentemente tratadas como entraves ao progresso. Em 1969, a promulgação da Lei Sarney de Terras legítima a concentração fundiária e regulamenta o latifúndio moderno, as terras vão do domínio público para o privado, facilitando a aquisição de terras para os mais ricos e reforçando a exclusão do campesinato maranhense (Asselin, 1982). Com a facilitação do Estado, grupos econômicos foram estimulados a ocupar o território maranhense e instalar seus empreendimentos. Nos Cocais, a década de 1970 foi marcada pela chegada de empresários que implantaram agroindústrias e outros projetos voltados à exploração dos recursos naturais, alterando profundamente as condições de vida e trabalho das populações locais. Quilombolas, quebradeiras de coco e indígenas passaram a enfrentar conflitos cada vez mais intensos com os novos empreendimentos, em disputas que envolvem a terra e a relação dessas comunidades com a natureza. Além disso, muitos trabalhadores e trabalhadoras rurais são cooptados para trabalhar nesses projetos agroindustriais, sofrendo com diversas formas de exploração no trabalho. A metodologia da pesquisa articula relatos orais por meio do uso da história oral com fontes hemerográficas, jornais e periódicos de entidades locais e nacionais, além de dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de documentos oficiais, relatórios e legislações. A análise do material foi conduzida sob uma perspectiva interdisciplinar, que busca integrar diferentes áreas do conhecimento para compreender a complexidade dos processos históricos e sociais (Jupiassu, 2006). Por fim, as experiências desses homens e mulheres rurais revelaram a construção de sentidos e resistências frente às expropriações, as proibições, a degradação dos recursos naturais e as condições de trabalho precárias provocadas pelos projetos agroindustriais.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado em Sociedade e Cultura}, note = {Centro de Ciencias Humanas e Letras} }