@MASTERSTHESIS{ 2023:570521090, title = {Identidade decolonial da mulher negra em Úrsula e a Escrava, de Maria Firmina dos Reis}, year = {2023}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/446", abstract = "O romance, Úrsula (1859) e o conto A escrava (1887), de Maria Firmina dos Reis, foram elaborados em um contexto colonialista, no qual as mulheres, especialmente as negras, sofriam com o poder cisheteropatriarcal. Os personagens das obras estimulam uma perspetiva verídica do final do século XIX na província do Maranhão, especificamente nas terras de Vera Cruz, permitindo a compreensão da segregação entre o protagonismo feminino e masculino. Apesar das dificuldades em expressar-se na sociedade, as mulheres apresentam um discurso antissegregacionista ao detalhar de forma objetiva os seus sofrimentos. As descendentes dos negros Preta Susana, Joana, Mãe de Túlio e Joana são responsáveis pela denúncia do poder colonialista, sendo essas duas últimas a representação de milhares de mulheres que sofrem e morrem, sem ter consciência da liberdade e sem a assistência de outros membros da família. O propósito desta pesquisa é examinar a Literatura Negra Brasileira, evidenciar as ações de escrita em Firmina durante sua vida e obra, identificar o empoderamento feminino presente nas obras estudadas, avaliar a fortuna crítica das obras e examinar os aspectos identitários, como a decolonialidade e a interseccionalidade das personagens femininas, especialmente Preta Susana e Joana, que constantemente demonstram sororidade ao ouvir suas vozes, contextualizadas em seu lugar de protagonismo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, cujo escopo foi dividido em três seções. A primeira parte do cenário da Literatura Negra Brasileira abrangeu desde a sua fundação no estado do Maranhão, passando pelos paradigmas da nomenclatura, até os escritores contemporâneos, com base nos estudos de Meireles (1955), Moraes (1972/1977), Neto Santos (2004), Bernd (1988/1922/2010), Bastide (1973), Fonseca (2006), Proença Filho (1988) Na segunda, foi descrito o processo de representatividade de Maria Firmina dos Reis na Literatura Negra Brasileira como uma literatura ora de vanguarda, ora de fundação, através dos estudos de Morais (1975), Duarte (2004/2017), Silva (2013) e Mendes (2016), que alvitram a importância da escritora no cânone da Literatura Brasileira e Mundial. Em suma, buscou-se investigar o processo identitário, decolonial e intersecional das personagens femininas, com base na crítica feminista elaborada por González (2018), Lugones (2005/2010), hooks (2019a/2019b/2018), Quijano (2005), Memmi (1920), Verguès (2020), Akotirene (2019), Collina e Bilge (2021), Tolomei (2019) e Vigoya (2016). Em linhas gerais, as personagens femininas, Preta Susana e Joana, demonstram capacidade de promover mudanças relevantes no contexto em que estão inseridas ao transgredirem as imposições sociais à mulher, como a submissão ao masculino e as práticas escravagistas da época, em prol de suas liberdades, independência e reconhecimento como sujeitos de suas próprias histórias.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, note = {Centro de Ciências Humanas e Letras} }