@MASTERSTHESIS{ 2015:1200407883, title = {As intermitências da transposição intersemiótica: um exemplo com Agatha Christie no cinema}, year = {2015}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/31", abstract = "Esta pesquisa tem como objeto o romance “O caso dos dez negrinhos” de Agatha Christie (1939) e quatro filmes produzidos entre 1945 e 1989, que oficialmente basearam-se no seu enredo. O objetivo do estudo é analisar as intermitências das transposições do livro para as telas, considerando que as obras fílmicas poderiam insistir em manter-se o mais próximo possível do espírito da obra literária ou libertar-se semanticamente dela, de modo a conferir-lhe novos significados. Estas duas possibilidades justificam-se porque, no recorte temporal adotado, ladeando os estudos das relações entre literatura e cinema, as filmagens também foram orientadas por um vetor que partia do texto literário na direção do texto fílmico, amparado pelas teorias da adaptação pautadas pelas noções de fidelidade e equivalência. Para abordar as intermitências das transposições entre o livro e os filmes, reconstruímos o “percurso gerativo de sentido” do livro adotando o modelo do “quadrado semiótico” sugerido pela semiótica francesa a partir de Greimas (1976), em diálogo com Barros (2008) e Fiorin (2005 e 2012) a fim de estabelecermos um parâmetro para qualificarmos a significação em cada filme. Como resultado, encontramos uma importante mudança de sentido no desfecho proposto pelo filme de 1945, no que foi seguido pelos demais. Iluminados pelas premissas de Bluestone (2003), Bordwell (1986 e 1999) e McFarlane (1996), entendemos que tal mudança, no primeiro filme, deveu-se à opção por acomodar a trama do livro ao padrão clássico hollywoodiano, privilegiando o entretenimento ordinário e subtraindo os efeitos da catarse policial no cinema. Buscando compreender melhor as possibilidades do processo de transposição intersemiótica, analisamos no que os filmes resultaram para além da pasteurização do espírito da obra “O caso dos dez negrinhos”. Compartilhando as concepções de Aumont (1995, 2004 e 2005), Stam (2000, 2005 e 2008) e Sanders (2006) sobre questões concernentes à natureza e complexidade dos processos que afirmam filmes e transposições como sistema de produção, seus mecanismos de funcionamento e regras de composição político-ideológica, consideramos que as intermitências apresentadas quanto às ambiências, personagens e discursos dos filmes constituíram-se atualização, transporte cultural, político e ideológico de seu tempo, contribuindo para forjar uma representação das relações sociais e das consciências históricas. Sobretudo, consideramos que, como o sentido das mensagens nos quatro filmes foi produzido sob a atmosfera dos anos de Guerra Fria, as condições de hegemonia naquele contexto histórico reverberaram no discurso dominante da cultura e das questões geopolíticas anglo-estadunidenses e veiculadas pelo cinema. Concluímos que esta pesquisa sobre as transposições da obra de Christie para o cinema enseja a potencialidade de ampliação dos estudos teóricos e metodológicos em Semiótica na compreensão de como a estreita relação entre literatura e cinema descortina os mecanismos de funcionamento das práticas sociais, ao tempo em que produz e conduz outras práticas sociais.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, }