@MASTERSTHESIS{ 2015:1962164936, title = {Um mundo ancorado em bases instáveis: memória e identidade em Antes de nascer o mundo, de Mia Couto}, year = {2015}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/33", abstract = "A literatura nos países de África e, logo, de Moçambique, define-se como um instrumento relevante de transformação social, compromissada com algo que, sem desconsiderar a dimensão estética dos textos, busca ultrapassá-la, ir além, como sugere o Pós do pós-colonialismo. A partir da releitura e reescrita de narrativas nacionais, como subversão ao cânone, a literatura pós-colonial tem sido desenvolvida como um esforço cultural pela descolonização e restauração de comunidades e identidades que, por muito tempo, foram silenciadas. Destarte, a escrita projeta-se como principal veículo de denúncia de uma situação injusta e injustificável para as suas vítimas. Assim, a literatura é apresentada como uma janela aberta para representação do sujeito descentrado, diaspórico e fragmentado que emerge do pós-colonialismo. Mia Couto transporta para o universo ficcional de suas obras a discussão acerca dessa identidade, vista na perspectiva pós-colonial como metáfora de seu próprio país. Outra questão trabalhada é a memória, que tem sido bastante estudada na contemporaneidade, cujo conceito foi alargado e está a serviço dos mais variados campos dos saberes, como a antropologia, a sociologia, a filosofia, a história, entre outros. Desse modo, a presente pesquisa tem por objetivo realizar uma leitura do romance Antes de nascer o mundo, do autor moçambicano Mia Couto, procurando demonstrar como a memória e a identidade estão imbricadas no terceiro-espaço pós-colonial representado na obra. Para além disso, enfatizamos ainda os seguintes elementos que não poderiam ser negligenciados: o percurso histórico-literário moçambicano, a referencialidade histórica na construção do romance, a condição das mulheres mostrada na obra, a tradição oral africana e a relação entre a oralidade e a escrita em Moçambique. A análise da obra permitiu constatar que, em seu universo ficcional, a identidade e a memória se apresentam fragmentadas e estão em um ininterrupto movimento pendular. Nesse interim, são negociadas e as diferenças confrontadas e expostas. Como aportes teóricos para nosso trabalho, utilizamos Homi K. Bhabha, Stuart Hall, Jacques Le Goff, Iván Izquierdo, Maurice Halbwachs, Jöel Candau, Kwame Antony Appiah e Rita Chaves, dentre outros igualmente relevantes para esse estudo.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, }