@MASTERSTHESIS{ 2019:1181559331, title = {A protagonista negra e a "psicopatologia": uma leitura do romance O olho mais azul, de Toni Morrison}, year = {2019}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/183", abstract = "O presente trabalho propõe-se à análise literária do livro O olho mais azul, de Toni Morrison. A análise se configura a partir da investigação de elementos peculiaridades à literatura afrodescendente em diáspora, como a psicopatologia definida por Frantz Fanon (2008). Da mesma forma, investigamos a representação da autoimagem do negro, protagonista e sujeito da narrativa romanesca sob o ponto de vista da escritora negra. O olho mais azul, lançado em 1970 nos Estados Unidos, é o romance de estreia de Morrison. A obra trata das consequências negativas do racismo, que afeta de modo depreciativo a autoimagem das pessoas negras, sobretudo no que diz respeito ao ideal de beleza branca ante a “feiura” do negro. Partindo dessas observações, buscamos neste trabalho analisar o problema da psicopatologia das personagens femininas e negras na obra. Buscamos, assim, compreender de que maneira suas identidades são afetadas por narrativas criadas para reproduzir ideais racistas, responsáveis pela disseminação da imagem positiva do branco e da imagem negativa do negro. Ainda, compreender o processo pelo qual essas personagens rejeitam características e comportamentos atribuídos aos negros para alcançarem a aceitação social do branco. É importante para este trabalho, também, compreender de que forma a perspectiva da escritora negra se debruça sobre os tópicos citados. Morrison opta por uma narrativa inteiramente negra e rejeita o predomínio do olhar branco sobre suas personagens, por isso desejamos investigar como esta narrativa se dá, e quais são as consequências de negar o olhar branco hegemônico. O romance destaca a luta da personagem Pecola para ser aceita socialmente por ser considerada feia pela maioria das pessoas, fazendo-a crê que a única maneira de ser aceita e respeitada pela sociedade seria ter os olhos azuis. Além disso, personagens como Claudia, Frieda, Pauline e Geraldine enfrentam os conflitos do dia a dia através do embate contra os ideais que as aprisionam, ferem-nas, tornando-as socialmente invisíveis. Na fundamentação da nossa leitura, utilizamos os estudos de autoras como Djamila Ribeiro (2017), Bell Hooks (2015), Angela Davis (2016, 2017), Audre Lorde (2007), Grada Kilomba (2012). Constatamos a importância que a escrita negra pautada em uma leitura da população negra sobre si mesma e as problemáticas que enfrentam. A literatura negra possui força em si mesma, a escrita de Morrison transparece a escrevivência definida por Conceição Evaristo (2005) e possibilita que a voz do negro se sobressaia sobre a do colonizador. As personagens femininas negras em O olho mais azul contam suas histórias, desbravam identidades e travam batalhas consigo mesmas contra o sistema opressor que deseja eliminá-las. O romance de Morrison desafia e impacta e solidifica o lugar de protagonista da mulher negra em sua própria história.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, }