@MASTERSTHESIS{ 2021:27374030, title = {Descolonização e identidade cultural moçambicana no romance Jesusalém, de Mia Couto}, year = {2021}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/293", abstract = "É sabido que a temática da identidade cultural tem sido amplamente discutida na atualidade. Parte dessas discussões gira em torno da problematização da superioridade pretendida pela Europa ocidental. Por conseguinte, o propósito desses novos enfoques é, conforme escreveu Kebengele Munanga (2019), fixar os valores das civilizações africana e ocidental em posição de equivalência, recusando, assim, a inferioridade, a estereotipia negativa e o exotismo conferido ao sujeito colonizado, sobretudo ao africano. Partindo dessa acepção, o objetivo deste estudo é evidenciar de que maneira a identidade cultural moçambicana é (re)construída no romance Jesusalém (2009), de Mia Couto. Com uma produção um tanto vasta, principalmente se considerarmos a jovialidade da literatura moçambicana de língua portuguesa, os traços mais significativos da produção literária miacoutiana são as seguintes: as tradições autóctones, a inventividade linguística inscrita no código do colonizador, o cenário moçambicano, a identidade nacional, a descolonização e/ou sentimento anticolonial, o engajamento político-social e as múltiplas formas opressivas que circunscrevem a mulher, entre outros. Nessa perspectiva, os escritos de Mia Couto são como subsídios linguísticos para a criação e solidificação de uma consciência nacionalista e uma estética mais autônoma, ao passo em que contribuem para reafirmação de “diferenças culturais” (BHABHA, 2019) presentes no país. A pesquisa é de cunho bibliográfico, uma vez que foi elaborada a partir de livros e de textos já disponibilizados na internet, tais como: teses, dissertações, artigos etc. O estudo do romance em questão fundamenta-se à luz das teorizações propostas por autores como Catherine C. Fourshey; Rhonda M. Gonzales; Christine Saidi (2019); Homi Bhabha (2019); J. L. Cabaço (2004; 2008); Achille Mbembe (2014; 2018); Partha Chatterjee (1996); Amadou Hampâté-Bâ (2010); J. Vansina (1982); Francisco Noa (2015); L. Rosário (2010); Ana Mafalda Leite (2020); Kwame Anthony Appiah (1997); Grada Kilomba (2020); Gayatri C. Spivak (2010); Kebengele Munanga (2019); E. F. de Souza (2006; 2017), entre outras. A partir da análise do romance Jesusalém (2009), foi possível constatar que Mia Couto, ao passo em que evidencia um cenário devastado pelas guerras que objetivam a emancipação de Moçambique, adota uma postura que se ocupa de romper com os discursos eurocêntricos, atuando, assim, como um literato antagônico às imposições dos domínios exploratórios colonial e imperialista. A produção de ficções como Jesusalém (2009), cujas obras versam sobre questões concernentes ao padecimento dos colonizados, dos imigrantes, dos ameríndios, dos periféricos, dos expatriados, dos subalternizados, historicamente, busca, no âmago das situações de aculturamento (apagamento cultural), de violação de direitos e de perdas de identidades, o fio condutor para a libertação e “desconstrução” ideológica face à pilhagem colonial, a fim de reconstruir identidades obliteradas, sejam elas de grupos étnicos ou nacionais.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, note = {Centro de Ciências Humanas e Letras} }