@MASTERSTHESIS{ 2022:1730165684, title = {Escrevivência e ancestralidade nos contos de mãe beata de Yemonjá, Conceição Evaristo e Cristiane Sobral}, year = {2022}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/397", abstract = "Este trabalho tem por objetivo analisar contos de três autoras afro-brasileiras, cujos títulos selecionados são os seguintes: “A pena do ekodidé”, de Mãe Beata de Yemonjá (2002), “Fios de ouro”, de Conceição Evaristo (2017), “Das águas”, de Cristiane Sobral (2017). Nesta ordem, as protagonistas “mocinha”, pois Beata não a apresenta com um nome próprio, Halima e Omi são atravessadas pela úlcera da inferiorização, seja decorrente da influência histórico-social dominante ou de padrões conservados no modo de viver em comunidade. Nos três títulos são abordados contextos diferentes de opressão referentes ao gênero, mitigando acentuadamente a questão da aparência. No decorrer das narrativas, o estigma é superado pela força do orixá Oxum. Tal gesto concatena o ponto de vista espistemológico da Escrevivência, “assentada” (SALES, 2020) na força do axé do orixá. O procedimento escrevivente se expressa nos escritos de Beata (2002), Evaristo (2017) e Sobral (2017) por meio dos preceitos da religião de fundamento africano posta em primeiro plano, da dignificação da beleza afrodescendente através as ações de uma divindade originalmente africana, do corpo como lugar de interpretação para além do texto e da palavra no arranjamento de quase fala. Tomando como base estas premissas, analisamos o protagonismo da “mocinha”, Halima e Omi, bem como o de Oxum para o fortalecimento delas, a partir de dois prismas: Primeiro, as personagens passando pelo cerceamento da identidade; Segundo, Oxum possibilitando a reafirmação da identidade. No primeiro eixo, identificamos quais meios de opressão foram contribuintes para o controle da performance das personagens. No segundo eixo, analisamos Oxum manifestada ancestralmente para a edificação das protagonistas em frente a tais fontes de opressão. A pesquisa é de cunho bibliográfico, portanto, para fundamentar teoricamente as ideias expostas, apoiamo-nos em textos dos/as seguintes autores/as: Evaristo (2020), Silva (2020), Sales (2020), Machado (2020), Duarte (2010), Ianni (1988), Du Bois (2019), Souza (2006,2015,2017), Carneiro (2019), Gonzalez (2020), Collins (2019), hooks (2019), Munanga (2019), Cuti (2010), Dalcastagnè (2012), Kilomba (2012), Gomes (2007), Rosa (2003), Sodré (2002), Risério (1996), Hall (2003), Spivak (2010), Beata (2002), Evaristo (2017) e Sobral (2017). Ao analisar os contos, concluímos que as autoras iniciam as narrativas incitando a forma como mulheres são recebidas em lugares majoritariamente embranquecidos e como elas são embranquecidas e/ou martirizadas estando nesses lugares. Contudo, encerram os contos com o erguimento ancestral que começa na palavra oralizada, perpassando toda uma construção narrativa e protagonizante, até chegar no triunfo final: personagens negras heroínas, que passam a ter diferentes vias de possibilidades abertas por Oxum, para mudar os rumos da própria história.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, note = {Centro de Ciências Humanas e Letras} }