@MASTERSTHESIS{ 2016:804341858, title = {O empoderamento de vozes femininas nas narrativas de Paulina Chiziane}, year = {2016}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/62", abstract = "Neste trabalho propusemos o estudo de Balada de amor ao vento (1990), primeiro romance publicado por uma mulher em Moçambique, e de Niketche: uma história de poligamia (2002), ambos da escritora Paulina Chiziane. Nesses romances podemos observar a forte influência da tradição oral que revela o cotidiano em que a autora cresceu, mesmo com o privilégio de uma formação escolar, tendo acesso, portanto, à língua portuguesa. A língua falada em sua família é o chope e, em Maputo, se fala ronga, além de seu pai ter sido sempre muito resistente ao regime colonial e à assimilação portuguesa. Esse embate de línguas vivido pela autora reflete-se na sua escrita que incorporou o espírito da tradição oral, mesmo usando a língua portuguesa. Paulina Chiziane, habilmente, utiliza-se de narradoras que, além de narrarem histórias que se voltam à temática da condição feminina, também tem a consciência de que ser uma mulher atuante em outras esferas além do privado, além do espaço doméstico e familiar em Moçambique, significa viver uma nova guerra, isto é, a de problematizar as relações de gênero em uma sociedade moçambicana contemporânea que precisa entender que não há mais espaço para uma guerra entre os sexos, mas sim uma discussão que envolve o ―reconhecimento das alteridades e seus possíveis pontos de intersecção‖ (ROSARIO, 2010, p.149).No decorrer do trabalho fizemos uma análise acerca da resistência e da identidade da mulher moçambicana após severos anos de escravização, colonização, aculturação e a negação dos seus valores, discutindo os aspectos da representação da mulher moçambicana pelo olhar de Paulina Chiziane e analisando como seus textos puderam também influenciar seu povo a buscar a afirmação da identidade moçambicana e a valorização de sua própria etnia. Os textos de Chiziane apresentam o pensamento da mulher moçambicana e sua superação em meio às adversidades impostas pelo colonizador e pelas tradições patriarcais de seu próprio povo ao representar as mulheres como símbolo de resistência. A condição feminina e a construção de sua identidade no período pós-colonial foram marcadas pela imposição e pela força do colonialismo e mesclada com aspectos da cultura europeia. Por fim, observamos a força que a escrita de Paulina Chiziane tem ao relatar situações consideradas tabus ao universo feminino de Moçambique, usando a escrita literária feminina nas suas narrativas para representar a voz e o canto das mulheres moçambicanas, a reconstituição de uma fala subalternizada, usurpada e reprimida durante esse longo período passado que muitas vezes ainda ecoa no presente.", publisher = {Universidade Estadual do Piauí}, scholl = {Programa de Mestrado Acadêmico em Letras}, }