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https://sistemas2.uespi.br/handle/tede/2915| Tipo do documento: | Dissertação |
| Título: | "Quem não tem costume destrói": agroestratégias e resistências camponesas nos Cocais Maranhenses (1970-2015) |
| Autor: | Mendes, Brenda Maria Vieira ![]() |
| Primeiro orientador: | Rocha, Cristiana Costa da |
| Primeiro coorientador: | Cardoso, Antonio Alexandre Isidio |
| Resumo: | A presente dissertação tem como principal objetivo analisar como as populações camponesas dos Cocais Maranhenses foram afetadas nas dimensões trabalho e natureza a partir da instalação e consolidação de projetos agroindustriais na região. No contexto de intensificação das políticas voltadas ao desenvolvimento e à modernização do campo durante a Ditadura Civil-Militar (1964-1985), o Maranhão foi inserido em um projeto nacional que priorizava o lucro em detrimento dos modos de vida das populações rurais, frequentemente tratadas como entraves ao progresso. Em 1969, a promulgação da Lei Sarney de Terras legítima a concentração fundiária e regulamenta o latifúndio moderno, as terras vão do domínio público para o privado, facilitando a aquisição de terras para os mais ricos e reforçando a exclusão do campesinato maranhense (Asselin, 1982). Com a facilitação do Estado, grupos econômicos foram estimulados a ocupar o território maranhense e instalar seus empreendimentos. Nos Cocais, a década de 1970 foi marcada pela chegada de empresários que implantaram agroindústrias e outros projetos voltados à exploração dos recursos naturais, alterando profundamente as condições de vida e trabalho das populações locais. Quilombolas, quebradeiras de coco e indígenas passaram a enfrentar conflitos cada vez mais intensos com os novos empreendimentos, em disputas que envolvem a terra e a relação dessas comunidades com a natureza. Além disso, muitos trabalhadores e trabalhadoras rurais são cooptados para trabalhar nesses projetos agroindustriais, sofrendo com diversas formas de exploração no trabalho. A metodologia da pesquisa articula relatos orais por meio do uso da história oral com fontes hemerográficas, jornais e periódicos de entidades locais e nacionais, além de dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de documentos oficiais, relatórios e legislações. A análise do material foi conduzida sob uma perspectiva interdisciplinar, que busca integrar diferentes áreas do conhecimento para compreender a complexidade dos processos históricos e sociais (Jupiassu, 2006). Por fim, as experiências desses homens e mulheres rurais revelaram a construção de sentidos e resistências frente às expropriações, as proibições, a degradação dos recursos naturais e as condições de trabalho precárias provocadas pelos projetos agroindustriais. |
| Abstract: | The main objective of this dissertation is to analyze how the peasant populations of Cocais Maranhenses were affected in terms of work and nature following the establishment and consolidation of agro-industrial projects in the region. In the context of intensified policies aimed at rural development and modernization during the Civil-Military Dictatorship (1964- 1985), Maranhão was included in a national project that prioritized profit over the livelihoods of rural populations, who were often treated as obstacles to progress. In 1969, the enactment of the Sarney Land Law legitimized land concentration and regulated modern large estates, with land passing from public to private ownership, facilitating the acquisition of land by the wealthiest and reinforcing the exclusion of the Maranhão peasantry (Asselin, 1982). With the facilitation of the state, economic groups were encouraged to occupy the territory of Maranhão and set up their businesses. In Cocais, the 1970s were marked by the arrival of entrepreneurs who established agribusinesses and other projects aimed at exploiting natural resources, profoundly altering the living and working conditions of local populations. Quilombolas, coconut breakers, and indigenous peoples began to face increasingly intense conflicts with the new enterprises, in disputes involving land and the relationship between these communities and nature. In addition, many rural workers are recruited to work on these agro-industrial projects, suffering from various forms of labor exploitation. The research methodology combines oral accounts using oral history with newspaper sources, local and national newspapers and periodicals, as well as data from the Pastoral Land Commission (CPT), the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE), and official documents, reports, and legislation. The analysis of the material was conducted from an interdisciplinary perspective, which seeks to integrate different areas of knowledge to understand the complexity of historical and social processes (Jupiassu, 2006). Finally, the experiences of these rural men and women revealed the construction of meanings and resistance in the face of expropriations, prohibitions, the degradation of natural resources, and precarious working conditions |
| Palavras-chave: | Populações Rurais Maranhão Desenvolvimento Rural Natureza Interdisciplinaridade |
| Área(s) do CNPq: | CIENCIAS HUMANAS |
| Idioma: | por |
| País: | Brasil |
| Instituição: | Universidade Estadual do Piauí |
| Sigla da instituição: | UESPI |
| Departamento: | Centro de Ciencias Humanas e Letras |
| Programa: | Programa de Mestrado em Sociedade e Cultura |
| Citação: | MENDES, Brenda Maria Vieira. "Quem não tem costume destrói": agro estratégias e resistências camponesas nos Cocais Maranhenses (1970-2015). 2025. 187 f. Dissertação (Programa de Mestrado em Sociedade e Cultura) - Universidade Estadual do Piauí, Teresina, 2025. |
| Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
| URI: | https://sistemas2.uespi.br/handle/tede/2915 |
| Data de defesa: | 2025 |
| Aparece nas coleções: | Programa de Mestrado em Sociedade e Cultura |
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