Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://localhost:8080/tede/handle/tede/121
Tipo do documento: Dissertação
Título: Os interditos da história e da ficção angolana no romance rainha ginga, de agualusa
Autor: Oliveira, Maria do Desterro da Silva
Primeiro orientador: Mendes, Algemira de Macêdo
Primeiro membro da banca: Mendes, Algemira de Macêdo
Segundo membro da banca: Bezerra, Rosilda Alves
Terceiro membro da banca: Torres, José Wanderson Lima
Resumo: A Literatura e a História são ramos do conhecimento que buscam narrar o passado, evocar mitos e personalidades. Neste sentido, a presente dissertação teve por objetivo analisar como os discursos literários e históricos representam Ginga Mbandi, a rainha do Ndongo e Matamba. Nessa perspectiva, acrescentaram-se os seguintes objetivos específicos: evidenciar a ascensão de Ginga Mbandi ao trono do Ndongo e Matamba, mesmo numa sociedade patriarcal; demonstrar a resistência da nobre angolana frente às forças da coroa portuguesa; discutir as estratégias e alianças articuladas por ela para enfrentar o crescente domínio português. O romance selecionado, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo é de autoria de José Eduardo Agualusa, obra publicada em 2014. O recorte trilhado nessa narrativa visa explanar como se deu a resistência da líder angolana. Ginga Mbandi mostrou-se uma exímia diplomata. E, diante do avanço e domínio da coroa portuguesa no território Ndongo e da Matamba, fez alianças com os holandeses, que eram considerados inimigos dos portugueses. Acrescenta-se a aliança com Caza Cangola, líder dos jagas. Este povo era considerado feroz e dominava a arte da guerra. Sobre eles acercavam-se diversos mitos, dentre os quais práticas culturais canibalescas. Para fins de investigação dos fatos e objetivos mencionados, utilizaram-se pesquisas bibliográficas, cujas fontes estão no suporte impresso, on-line em fontes primárias e secundárias. Selecionaram-se teóricos e estudiosos na perspectiva dos estudos culturais. Buscaram-se na Teoria Literária conhecimentos acerca do gênero romance histórico, visto que o corpus da pesquisa tem suas implicações com a história de Angola. Assim elencou-se como referencial teórico sobre romance histórico os estudos de Lucáks (2011), Bakhtin (1988), Jamenson (2007), Hutcheon (1991), Burke (1992), White (1995), Bhabha (2013), Bonnici (2011), Gilroy (2014), Leite (2012), Pinto (2015), Agualusa (2015), Leite (2012), Pinto (2015), Agualusa (2015), Bonnici Adorno (2003), Anderson(1999) Chaves (1999), Fannon (2008), Fonseca (2011), Halbwachs (2004), Hall (2005), Kandjimbo(2001), Laranjeira (1999), Mata (1993), Spivak (2010). Com auxílio das teorias mencionadas, observou-se que Ginga Mbandi representa uma heroína vanguardista, na história de Angola. Mesmo vivendo em uma sociedade, considerada patriarcal, ela exerceu atividades nos espaços públicos e privados. A rainha Ginga rompeu com os estatutos sociais que impediam a ascensão feminina ao poder. A monarca liderou exércitos, sendo vitoriosa em algumas batalhas. Além disso, a aliança feita com os holandeses e os Jagas foram estratégias de resistências usadas por ela. Isso a fez sobressair-se aos portugueses. E assim, evitou por muitos anos o tráfico de escravos e as invasões territoriais.
Abstract: Literature and History are branches of knowledge that seek to narrate the past, to evoke myths and personalities. In this sense, this dissertation aimed at analyzing how Ginga Mbandi, the queen of Ndongo and Matamba, is represented through literary and historical discourses. In this perspective, the following specific objectives were taken into account: to highlight the rise of Ginga Mbandi to the throne of Ndongo and Matamba, even in a patriarchal society; demonstrate the resistance of the Angolan noblewoman against the forces of the Portuguese Crown; discuss about the strategies and alliances articulated by her in order to face the growing Portuguese domination. The selected novel, A Rainha Ginga e de Como os Africanos Inventaram o Mundo, was written by José Eduardo Agualusa, a work published in 2004. The particular aspect traced in this narrative aims to explain how the resistance of the Angolan leader occurred. Ginga Mbandi was an excellent diplomat. In the face of advancement and domination of the Portuguese Crown in Ndongo and Matamba territory, she made alliances with the Dutch, who were considered enemies of the Portuguese. Furthermore, it also happens the alliance with Caza Cangola, the jagas leader. These people were considered fierce and they dominated the art of war. There were several myths, including cannibalistic cultural practices, about them. In order to investigate the facts and objectives mentioned, this bibliographical research considered primary and secondary sources available on the internet and in the printed version. It was selected theorists and researchers from the perspective of cultural studies. As the research deals with the history of Angola, it was taken into account details regarding the historic novel genre provided by Literary Theory. For this purpose, it is considered the theoretical assumptions concerning this literary genre stated by Lucáks (2011), Bakhtin (1988), Jamenson (2007), Hutcheon (1991), Burke (1992), White (1995), Bhabha (2013), Bonnici (2011), Gilroy (2014), Leite (2012), Pinto (2015), Agualusa (2015), Leite (2012), Pinto (2015), Agualusa (2015), Bonnici Adorno (2003), Anderson(1999) Chaves (1999), Fannon (2008), Fonseca (2011), Halbwachs (2004), Hall (2005), Kandjimbo(2001), Laranjeira (1999), Mata (2012), Spivak (2010). Based on these theories, the results point out that Ginga Mbandi represents an avant-garde heroine in the history of Angola. Even though Ginga lived in a society considered patriarchal, she performed activities in the public and private domains. Queen Ginga broke with the social statutes that prevented the female ascendancy to power. The monarch led armies, being victorious in some battles. In addition, the alliance with the Dutch and the Jagas were strategies of resistances used by her. This made her stand out to the Portuguese. This way, for many years she avoided the slave trade and territorial invasions.
Palavras-chave: Literatura Angolana
Romance Histórico
Relações de Gênero
Rainha Ginga
Área(s) do CNPq: LETRAS::LITERATURAS ESTRANGEIRAS MODERNAS
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual do Piauí
Sigla da instituição: UESPI
Programa: Programa de Mestrado Acadêmico em Letras
Citação: OLIVEIRA, Maria do Desterro da Silva. Os interditos da história e da ficção angolana no romance rainha ginga, de agualusa. 2017. 133 f. Dissertação (Programa de Mestrado Acadêmico em Letras) - Universidade Estadual do Piauí, Teresina, 2017.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://localhost:8080/tede/handle/tede/121
Data de defesa: 4-Mai-2017
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação CompletaTexto completo1,16 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons