Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://localhost:8080/tede/handle/tede/446
Tipo do documento: Dissertação
Título: Identidade decolonial da mulher negra em Úrsula e a Escrava, de Maria Firmina dos Reis
Autor: Costa, Paulo Eduardo Bogéa
Primeiro orientador: Mendes, Algemira de Macêdo
Resumo: O romance, Úrsula (1859) e o conto A escrava (1887), de Maria Firmina dos Reis, foram elaborados em um contexto colonialista, no qual as mulheres, especialmente as negras, sofriam com o poder cisheteropatriarcal. Os personagens das obras estimulam uma perspetiva verídica do final do século XIX na província do Maranhão, especificamente nas terras de Vera Cruz, permitindo a compreensão da segregação entre o protagonismo feminino e masculino. Apesar das dificuldades em expressar-se na sociedade, as mulheres apresentam um discurso antissegregacionista ao detalhar de forma objetiva os seus sofrimentos. As descendentes dos negros Preta Susana, Joana, Mãe de Túlio e Joana são responsáveis pela denúncia do poder colonialista, sendo essas duas últimas a representação de milhares de mulheres que sofrem e morrem, sem ter consciência da liberdade e sem a assistência de outros membros da família. O propósito desta pesquisa é examinar a Literatura Negra Brasileira, evidenciar as ações de escrita em Firmina durante sua vida e obra, identificar o empoderamento feminino presente nas obras estudadas, avaliar a fortuna crítica das obras e examinar os aspectos identitários, como a decolonialidade e a interseccionalidade das personagens femininas, especialmente Preta Susana e Joana, que constantemente demonstram sororidade ao ouvir suas vozes, contextualizadas em seu lugar de protagonismo. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, cujo escopo foi dividido em três seções. A primeira parte do cenário da Literatura Negra Brasileira abrangeu desde a sua fundação no estado do Maranhão, passando pelos paradigmas da nomenclatura, até os escritores contemporâneos, com base nos estudos de Meireles (1955), Moraes (1972/1977), Neto Santos (2004), Bernd (1988/1922/2010), Bastide (1973), Fonseca (2006), Proença Filho (1988) Na segunda, foi descrito o processo de representatividade de Maria Firmina dos Reis na Literatura Negra Brasileira como uma literatura ora de vanguarda, ora de fundação, através dos estudos de Morais (1975), Duarte (2004/2017), Silva (2013) e Mendes (2016), que alvitram a importância da escritora no cânone da Literatura Brasileira e Mundial. Em suma, buscou-se investigar o processo identitário, decolonial e intersecional das personagens femininas, com base na crítica feminista elaborada por González (2018), Lugones (2005/2010), hooks (2019a/2019b/2018), Quijano (2005), Memmi (1920), Verguès (2020), Akotirene (2019), Collina e Bilge (2021), Tolomei (2019) e Vigoya (2016). Em linhas gerais, as personagens femininas, Preta Susana e Joana, demonstram capacidade de promover mudanças relevantes no contexto em que estão inseridas ao transgredirem as imposições sociais à mulher, como a submissão ao masculino e as práticas escravagistas da época, em prol de suas liberdades, independência e reconhecimento como sujeitos de suas próprias histórias.
Abstract: The novel Úrsula (1859) and the short story A escrava (1887), by Maria Firmina dos Reis, were written in a colonialist context in which women, especially black women, suffered from cisheteropatriarchal power. The characters in the works provide a true perspective of the late XIX century in the province of Maranhão, specifically in the lands of Vera Cruz, allowing us to understand the segregation between the female and male protagonists. Despite the difficulties in expressing themselves in society, the women present an anti-segregationist discourse by objectively detailing their sufferings. The descendants of the blacks Preta Susana, Joana, Mãe de Túlio and Joana are responsible for denouncing colonialist power, the latter two being the representation of thousands of women who suffer and die, unaware of their freedom and without the assistance of other family members. The purpose of this research is to examine Black Brazilian Literature, highlight the writing actions of Firmina during her life and work, identify the female empowerment present in the works studied, evaluate the critical fortune of the works and examine the identity aspects, such as the decoloniality and intersectionality of the female characters, especially Preta Susana and Joana, who constantly demonstrate sorority by listening to their voices, contextualized in their place of protagonism. This is a qualitative bibliographical study, the scope of which is divided into three sections. The first part of the scenario of Brazilian Black Literature covered everything from its foundation in the state of Maranhão, through the paradigms of nomenclature, to contemporary writers, based on the studies of Meireles (1955), Moraes (1972/1977), Neto Santos (2004), Bernd (1988/1922/2010), Bastide (1973), Fonseca (2006), Proença Filho (1988), the process of representation of Maria Firmina dos Reis in Brazilian Black Literature was described as a literature that was at times avant-garde and at times foundational, through the studies of Morais (1975), Duarte (2004/2017), Silva (2013) and Mendes (2016), who highlight the importance of the writer in the canon of Brazilian and world literature. In short, the aim was to investigate the identity, decolonial and intersectional process of the female characters, based on feminist criticism by González (2018), Lugones (2005/2010), hooks (2019a/2019b/2018), Quijano (2005), Memmi (1920), Verguès (2020), Akotirene (2019), Collina and Bilge (2021), Tolomei (2019) and Vigoya (2016). In general terms, the female characters, Preta Susana and Joana, demonstrate the ability to promote relevant changes in the context in which they are inserted by transgressing the social impositions on women, such as submission to men and the slavery practices of the time, in favor of their freedoms, independence and recognition as subjects of their own stories.
Palavras-chave: Literatura Negra Brasileira
Maria Firmina dos Reis
Decolonialidade
Interseccionalidade
Identidade feminina
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual do Piauí
Sigla da instituição: UESPI
Departamento: Centro de Ciências Humanas e Letras
Programa: Programa de Mestrado Acadêmico em Letras
Citação: COSTA , Paulo Eduardo Bogéa. Identidade decolonial da mulher negra em Úrsula e a Escrava, de Maria Firmina dos Reis. 2023. 106 f. Dissertação ( Programa de Mestrado Acadêmico em Letras) - Universidade Estadual do Piauí, Teresina, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://localhost:8080/tede/handle/tede/446
Data de defesa: 27-Fev-2023
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação Completa.pdfDissertação Completa1,36 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.